Porque o Reino de Deus não é
comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Romanos
14:17
Aos Bispos, ao Clero e ao Povo da
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil,
Saudações em Jesus Cristo!
A profecia do terceiro domingo de
Advento nos apontou um modelo de sociedade no qual prevalece os valores da
Justiça, da Paz e da Alegria. Nada mais contraditório do que lermos estas
passagens e compararmos com a sociedade que enxergamos ao nosso redor.
Nossa sociedade está cada dia mais materialista, consumista, imediatista. Tudo
se converte em coisa, mercadoria. A linguagem da generosidade e da
solidariedade tem sido substituída pela linguagem da violência. Parece
criar a sensação de que não temos mais esperanças de vivenciar os valores da plena
humanidade e da solidariedade entre povos, nações, religiões, gênero e classes
sociais.Além disso, vivemos diariamente o drama de uma sociedade que se
desumaniza a passos cada vez mais largos. Uma moderna Babel dividida entre os
poderosos e os excluídos.
A Igreja é chamada a viver com
firmeza a contracultura que nos é proposta pelo Menino Deus. É ele que vem
destronar os poderosos e aqueles que regulam o mundo à luz de suas próprias
cobiças. É ele que vem afirmar que os oprimidos é que sentarão à mesa de Deus e
vivenciar a beleza e a alegria das bem-aventuranças! O projeto de Deus é de que
vivamos a vida plena, abundante. É um menino que nasce na periferia do mundo
que vem assegurar que, apesar da aparente impunidade e autoconfiança do modelo
que nos circunda, é possível proclamar que a Justiça e a Paz prevalecerão. Esta
é a razão de ser da Igreja: anunciar que uma nova sociedade é possível!
Assim como Ele próprio é sinal da
generosidade de Deus para com o Mundo, devemos assumir com firmeza o sentimento
de generosidade pelos nossos semelhantes. E generosidade (coisa que os
poderosos deste mundo não entendem) não é comprar coisas. Generosidade é
vivência de sentimentos singulares que não tem preço: é respeito à dignidade humana,
é trabalhar por Justiça, Solidariedade e Paz. Por fim, possamos assumir com
coragem e alegria o seguimento de Jesus.
Que o milagre da nova vida,
manifestada no Menino de Belém, anime a nossa Igreja a assumir com coragem o
testemunho da cultura de Paz, Solidariedade e Justiça. Não podemos nos acomodar
às tentações de uma ordem que nos faz objetos, que deseja que a abençoemos –
pois é assim que ela entende ser a religião – mas devemos assumir o custo de
proclamar que em Jesus se fazem novas todas as coisas, inclusive as relações
sociais.
Seja este Natal uma oportunidade
para renovarmos nosso compromisso com a Paz, com a Solidariedade e com a
Justiça!
Um bom e abençoado Natal a
todos e todas! Com carinho e orações do vosso Primaz,
++Francisco
BISPO PRIMAZ DA IEAB
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