“Vinde
trazer-nos a Salvação”
Iniciamos o tempo
do Advento. A palavra Advento significa vinda, chegada. Deus vem ao nosso
encontro para oferecer a salvação, isto é, a vida plena. A liturgia continua a
temática da vigilância. Não se trata de ficar preocupado, mas ocupado com toda
boa obra. Nosso presente está em tensão permanente para a conclusão de nosso
tempo. O fato de não sabermos a data do fim, é um estímulo a vivermos bem o
tempo todo. É como diz o Evangelho: “Vigiai, porque não sabeis quando o dono da
casa chegará… para que não suceda que, vindo de repente, ele vos entre
dormindo… O que vos digo, digo a todos; Vigiai!” (Mc 13,35-37). A expectativa
não bloqueia a vida, mas a enriquece. O tempo que nos é dado é tempo de
salvação. A frágil condição humana é uma súplica para que Deus venha nos
restaurar. Lemos: “Ah! se rompesses os céus e descesses” (Is 63,19b). Em seu
sofrimento, mesmo tendo consciência de seu pecado, o povo clama a Deus, pois só
Ele pode reparar esse mal: “Tu te irritastes, porque pecamos”… “Todos nós nos
tornamos imundícies, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo;
murchamos como folhas e nossas maldades empurram-nos como o vento” (Is 64,4-5).
Na profunda miséria clama por salvação e tem confiança: “Tu és nosso Pai, nosso
redentor; eterno é teu nome” (Is 63,16b)… A confiança vem da certeza de sua
benevolência: “Nunca se ouviu dizer… que um Deus, exceto Tu, tenha feito tanto
pelos que Nele esperam” (Is 64,3). Deus cuida de nós como o oleiro de sua obra:
“Somos barro; tu nosso oleiro, e nós todos, obras de tuas mãos” (7). A salvação
só acontecerá se voltamos aos caminhos certos: “É nos caminhos de outrora que
seremos salvos” (4). As más escolhas só se reparam com escolhas melhores.
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