MENSAGEM DO BISPO PRIMAZ E DA COMISSÃO DE INCIDÊNCIA PÚBLICA
Estamos vivendo mais uma Campanha que
tem tido alcance mundial. Trata-se da Campanha de ativismo CONTRA a
violência de Gênero que tem mobilizado Igrejas – nossa Igreja Anglicana tem
assumido esta Campanha – ONGS, Movimentos Sociais e Organismos Ecumênicos.
Precisamos continuar erguendo nossas
vozes CONTRA a violência institucionalizada contra as mulheres no
mundo inteiro. Aqui no Brasil, mesmo com avanços nas políticas afirmativas,
ainda somos um país que ocupa vergonhoso posto de país onde a violência contra
as mulheres alcança níveis insuportáveis.
Dia a dia, em nossa sociedade
construída sobre padrões de comportamento machista, vemos a continuidade do
feminicídio, da exclusão das mulheres ao acesso ao mercado de
trabalho, da desigualdade salarial, da exclusão de políticas públicas de saúde,
entre tantos outros desafios que parecem crescer a uma velocidade exponencial e
cujas soluções e enfrentamento se dão ainda de forma lenta e com raríssimos
sucessos.
A IEAB tem afirmado seu
compromisso claro de enfrentar o problema da violência CONTRA as
mulheres. O SADD tem sido um uma importante âncora no processo de conscientização
e educação da Igreja sobre este tema. No entanto, reconhecemos que
sozinho (a)s não temos logrado os avanços concretos que desejamos. É
necessário juntar forças com a sociedade civil e com outros atores
políticos e sociais para que esta mancha que envergonha nossa sociedade possa
ser eliminada.
É oportuno que em nossas
comunidades se realize rodas de conversa sobre o problema da violência de
gênero. É importante que nossas lideranças clericais e leigas se levantem para
refletir sobre as violências que tem sido cometida contra nossas irmãs, muitas
vezes bem próximas de nós e INCLUSIVE dentro de nossas comunidades
eclesiais. Precisamos assumir o projeto de Jesus que nos deixou exemplos de
acolhimento, respeito, escuta e afirmação da dignidade humana. E neste
contexto, as mulheres receberam dele uma atenção muito especial. Diante de
Jesus, as mulheres tiveram sua fala respeitada, seus direitos reconhecidos, sua
dignidade assegurada.
Mesmo distante historicamente de
nossos tempos, percebemos que as categorias opressoras da mulher – conforme se
vê nos relatos do ministério de Jesus – apenas mudaram de aparência, mas na
essência continuam as mesmas. Vergonha, dor, desesperança, silêncio continuam
povoando a alma de muitas de nossas irmãs contemporâneas. Não importa a CLASSE social
nem o nível cultural e econômico das vítimas de violência física e emocional em
nossos dias. A violência institucionalizada continua vitimando muitos milhões
de mulheres no mundo. Este não é um problema para ser ignorado. Precisa ser
enfrentado com coragem!
Que nestes dias de ativismo e não
apenas neles, possamos assumir dentro e fora da Igreja o compromisso com a
superação da violência contra as mulheres.
SANTA MARIA, 24 de novembro de
2014.
++ Francisco
Primaz da Igreja Episcopal
Anglicana do BRASIL
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