"Em Ramá se ouviu uma voz,
Lamentação, choro e grande pranto: Raquel chorando com os seus filhos" Mt 2,18
Irmãos e Irmãs!
Foi com o coração partido que o
povo brasileiro, assim como todo o mundo, soube do sequestro de mais de 200
meninas jovens na Nigéria, nas mãos do grupo extremista Boko Haram. Muitos de nós,
especialmente na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, temos orado pelas
meninas, por suas famílias e pelas pessoas da Nigéria, com orações, lágrimas e
compaixão durante estes dias. A Nigéria , assim como muitos países, tem vivido
naturalmente tempos difíceis em meio a uma sociedade multi- religiosa, mas é
nos momentos de dificuldade como estes que deixamos de lado nossas diferenças e
unimo-nos em solidariedade, para exigir paz, e, mais importante no momento ,
exigindo o resgate seguro dessas jovens. Não simplesmente um retorno às suas famílias,
mas o seu regresso à vida que viviam à sua capacidade de ir à escola e serem educadas,
ter um futuro melhor para serem pessoas realizadas e felizes, membros ativos da
futura sociedade nigeriana. Esta é a situação que os extremistas temem, e é
exatamente por isso que devemos erguer a nossa voz e combater quando a
injustiça quer fazer-se prevalecer.
A Igreja Episcopal Anglicana do
Brasil se junta a organizações e movimentos sociais na condenação e denúncia
contra esse ato terrível, que deixou inúmeras mães e famílias tomadas pelo medo
e pelas lágrimas, aguardando notícias e ações que não estão sendo tomadas. Nós,
como pessoas de fé, que somos comprometidos pelo nosso batismo a respeitar a
dignidade e o bem-estar de todos os seres humanos, sabemos que um ato como esse
e os possíveis destinos que esperam essas meninas são uma afronta blasfema a
esta mesma dignidade. Juntamo-nos as muitas pessoas ao redor do mundo que estão
em solidariedade com o povo nigeriano durante este tempo difícil, e levantamos
nossas vozes em chamar a atenção para uma ação imediata. Instamos o governo
nigeriano para concentrar mais recursos e esforços sobre esta tragédia que
ocorreu ao longo destas três semanas, e considerar seriamente aceitar ajuda de
outros países, que estão oferecendo apoio para encontrar e libertar as meninas.
Apelamos aos movimentos sociais,
Igrejas e organizações brasileiras a enviar mensagens para a embaixada da
Nigéria e autoridades nigerianas, expressando solidariedade, preocupação e
apoio a esta chamada à ação. Pedimos aos membros da IEAB para manter essas
meninas e suas famílias em constante oração, lembrando-se de que Cristo está
sempre presente com aqueles que sofrem, e assim também devemos agir.
Neste domingo, quando se comemora
o dia das Mães, coloquemos as mães nigerianas em nossas intenções.
++ Francisco de Assis da
Silva
Bispo Primaz
Bispo Primaz
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