No
dia 13 de dezembro, o Vereador Paulo Porto e o Ven. Arc. Luis Gabas
deslocaram-se para a cidade de Guaíra/PR. Lá encontraram-se com um casal que
ali reside e trabalha. Ambos são devotados à causa indígena, apesar das
pressões, perseguições e ameaças que sofrem do agronegócio, da mídia, dos políticos
e das associações classistas locais. Há uma guerra declarada contra o Povo
Guarani. Até um padre deu determinações de que os indígenas não tivessem acesso
à água de uma determinada capela, porque não queria correr o risco de perder o
“abençoado” dinheiro dos grandes. O Revdo. Gabas salienta que lhe veio à mente
o modelo de Jesus Cristo e suas opções em favor do Reino.
O
sr. Lauro juntou-se ao Revdo. Gabas e ao Ver. Paulo, e foram para o município
de Terra Roxa/PR, até as barrancas do Rio Paraná. Dali puderam vislumbrar a
imponente Ilha Grande, aparentemente ainda bem preservada.
Estavam
sobre um sítio arqueológico que remonta ao século XVI, prova contundente de que
se trata de um antigo território Guarani. Cacos de cerâmicas estão por todos os
lados… Profanadores deste local sagrado instaram sobre ele uma mineradora que
explora o leito do Rio Paraná, uma associação de pescadores e até um CTG
(Centro de Tradições Gauchas).
Não
faz muito, e com todo o direito do mundo, famílias Guarani reocuparam à área. Não
são muitos, mas querem permanecer num território que por herança e direito lhes
pertence desde muitos séculos. A preservação da sua identidade cultural, da
língua, dos costumes e da religiosidade dependem em muito de territórios
tradicionais como este.
O
pior de tudo é que os Guaranis, milenares senhores destas terras do oeste do
Paraná, estão sem nenhuma proteção do Estado e entregues à ganância
avassaladora do agronegócio. A mídia, políticos influentes e organizações
classistas plantam informações fantasiosas e mentirosas sobre os indígenas,
gerando medo, rancor e ódio na população.
Mas
a utopia Guarani da “Terra sem Males” continua viva e consistente. Nhanderú
(Deus) está com o Povo Guarani e sua luta por Tekorá (terra, onde preservar a
cultura, a língua, os costumes e a religiosidade).
Em
nome das Dioceses Anglicana da Califórnia (EUA) e de Curitiba e da Associação
Beneficente ‘Solidariedade e Paz’ da Paróquia da Ascensão em Cascavel/PR
entregamos um barco aos indígenas da Aldeia ‘Araguadu’, tendo em vista a
segurança alimentar dos seus moradores.
Por
Ven. Arc. Luis Carlos Gabas
Diocese
Anglicana de Curitiba
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