sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

QUARESMA INICIA EM BREVE


A Quaresma começa com a Quarta-Feira de Cinzas que juntamente com a Sexta-feira Santa são os dois únicos dias de jejum que o nosso Livro Oração Comum tem tradicionalmente recomendado aos anglicanos. (Por falar em jejum, é sempre bom lembrar que o Profeta Isaías recomenda a prática da justiça e da solidariedade como o verdadeiro “jejum”... – cf. Is. 58). A 4ª Feira de Cinzas é o primeiro dia da Quadra Quaresmal. 
Os cristãos historicamente celebram este período com a prática de atos ou atitudes especiais de disciplina e “negação de si mesmos” (Mc 8.34 explica isso como “esquecer os seus próprios interesses, tomar a sua cruz e acompanhar Jesus...”). O rito penitencial da “Imposição das Cinzas”, na Quarta-feira de Cinzas, originou-se na prática da igreja primitiva quando os pecadores retornavam para a comunidade de fé somente após um período de penitência no qual vestiam-se com sacos e cobriam-se de cinzas, símbolos tradicionais de penitência. 

A liturgia no 1° Domingo da Quaresma freqüentemente começa com a Litania Geral, em procissão. A palavra “litania” significa “oração” na língua grega. Mas pouco a pouco veio a significar um tipo especial de orações, quando o povo tem respostas fixas para curtas petições, ditas ou cantadas por um ministro leigo, um diácono ou presbítero. 

A Litania Geral (rever o nosso LOC antigo) originou-se na Gália, no século V, num tempo em que Viena foi abalada por muitos terremotos. Os reformadores ingleses a consideraram muito. E na verdade trata-se de um belo rito para iniciarmos a Quaresma. Com seu tom penitencial e uma série de petições pela misericórdia de Deus, abrangendo todos os aspectos da vida humana. Podemos, quem sabe, reescrever uma litania contemporânea e utilizá-la em nossas comunidades.

Por toda a Quaresma notar-se-á na liturgia anglicana um tom penitencial. A palavra Aleluia não é usada; substituímos o Gloria in Exelsis pelo Gloria Patri ou pelo Kyrie. A cor roxa é vista nas vestes e paramentos litúrgicos. 

A culminância da Quaresma é a Semana Santa, que inicia-se com o Domingo de Ramos e vai até o Domingo de Páscoa. Nessa semana há liturgias especiais, como a Bênção dos Ramos e a leitura da narrativa da Paixão de Cristo, a festa da Instituição da Santa Comunhão na Quinta-feira Santa, ao final da qual todos “os móveis do santuário são despidos” (as alfaias e paramentos são retirados); a Sexta-feira Santa com o “Ofício de Trevas” (ou outro similar, mais contemporâneo), constituindo-se no único dia do ano em que a Eucaristia não é celebrada; e a Grande Vigília de Páscoa do Sábado Santo, precedendo o Dia da Ressurreição, que inicia com a entrada do Círio Pascal. É como que o ensaio da liturgia da história da nossa salvação, o Batismo de novos membros, a Confirmação, e a celebração da Eucaristia. 


+Dom Jubal Neves

Adm: Silviane Medeiros

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